–2 Disse comigo: “Vigiarei minhas palavras, *
a fim de não pecar com
minha língua;
– haverei de pôr
um freio em minha boca *
enquanto o ímpio estiver
em minha frente”.
=3 Eu fiquei silencioso como um mudo, †
mas de nada me valeu
o meu silêncio, *
pois minha dor recrudesceu
ainda mais.
=4 Meu coração se abrasou dentro de mim, †
um fogo se ateou ao
pensar nisso, *
5 e minha língua então falou desabafando:
= “Revelai-me,
ó Senhor, qual o meu fim, †
qual é o número e a
medida dos meus dias, *
para que eu veja quanto
é frágil minha vida!
–6 De poucos palmos vós fizestes os meus dias; *
perante vós a minha
vida é quase nada.
–7 O homem, mesmo em pé, é como um sopro, *
ele passa como a sombra
que se esvai;
– ele se agita
e se preocupa inutilmente, *
junta riquezas sem saber
quem vai usá-las”.
–8 E agora, meu Senhor, que mais espero? *
Só em vós eu coloquei
minha esperança!
–9 De todo meu pecado libertai-me; *
não me entregueis às
zombarias dos estultos!
–10 Eu me calei e já não abro mais a boca, *
porque vós mesmo, ó
Senhor, assim agistes.
–11 Afastai longe de mim vossos flagelos; *
desfaleço ao rigor de
vossa mão!
=12 Punis o homem, corrigindo as suas faltas; †
como a traça, destruís
sua beleza: *
todo homem não é mais
do que um sopro.
=13 Ó Senhor, prestai ouvido à minha prece, †
escutai-me quando grito
por socorro, *
não fiqueis surdo aos
lamentos do meu pranto!
– Sou um hóspede
somente em vossa casa, *
um peregrino como todos
os meus pais.
–14 Desviai o vosso olhar, que eu tome alento, *
antes que parta e que
deixe de existir!